Corte decide por desligar aparelhos de bebê em estado terminal.

Em 4 de agosto de 2016, Connie Yates deu à luz seu filho Charlie em um hospital de Londres, Inglaterra. Connie e seu parceiro, Chris Gard, estavam muito felizes por segurarem seu filho nos braços. A princípio, tudo parecia perfeito, mas em poucas semanas a saúde de Charlie começou a se deteriorar. Ele estava muito fraco e estava perdendo peso. Connie e Chris começaram a se preocupar. 

Em outubro, com apenas oito semanas de vida, Charlie deu entrada no hospital com pneumonia aspirativa. Pouco tempo depois, os médicos deram um diagnóstico chocante: Charlie sofria de uma doença rara chamada Síndrome de depleção do DNA mitocondrial (SDM). Essa doença hereditária causa danos cerebrais severos, desmaios repentinos, atrofia muscular, perda da audição, problemas respiratórios, e pode levar a danos nos rins e fígado. Ainda não existe uma cura para a doença. Os pais de Charlie ficaram devastados.

O estado de Charlie se deteriorou rapidamente e, devido ao extenso dano cerebral, ele teve que respirar com ajuda de aparelhos para sobreviver.

Sabendo que a condição do menino nunca iria melhorar, os médicos sabiam que precisavam tomar uma decisão muito difícil.

Contra a vontade de Connie e Chris, o hospital Great Ormond Street Hospital entrou com um pedido na justiça para descontinuar o suporte de vida de Charlie com aparelhos e movê-lo para um tratamento paliativo. O caso foi julgado em 11 de abril de 2017 e o juiz decidiu dar permissão ao hospital para deixar Charlie morrer com dignidade. Chris e Connie ficaram chocados com a decisão e têm três semanas para fazerem um apelo.

Pouco depois da decisão da corte, Connie compartilhou seus sentimentos em um post no Facebook.

"Seu filho está doente, você encontra remédios, mas não tem permissão para lhe dar. Você vem lutando há 6 meses para manter seu filho vivo e toda essa luta é reduzida a um dia e uma pessoa. Terça-feira, 11 de abril de 2017, às 14h, é quando o destino de seu filho será decidido... seus direitos de pais podem ser tirados. Sua criança não é nem de perto um bebê normal de 8 meses, MAS ele não está tão mal quanto dizem. Você está orgulhosa do seu filho movendo seus pés e mãos, abrindo seus olhos e movendo sua boca, apesar de ter apenas 1-2% de força muscular. Você se despedaça ao ouvir na corte que ele 'não faz movimentos significativos', 'não consegue respirar porque seu cérebro não funciona', 'é cego', 'nunca acorda', 'está com dor' - nada disso é verdade!! Você é uma dessas que passa todas as horas acordadas com seu filho... bem mais do que 3000 horas desde que chegou no hospital. Você conhece seu bebê, sabe quando ele está feliz ou triste, sabe melhor que ninguém ou você não estaria mais lutando! Você jura pela Bíblia na corte e sabe que está dizendo a verdade: 'Ele não é cego', 'ele responde, sim', 'ele não está com dor', 'ele tem, sim, uma boa qualidade de vida, MAS ele precisa desta chance. A chance para melhorar', 'ele não está sofrendo, ou eu não estaria aqui agora', 'SUA IRM ESTÁ BOA', 'ele deve melhorar', 'por favor, confie em nós enquanto pais, nós não o deixaremos sofrer', 'ele precisa desta chance.' 

Charlie, nós estamos imensamente orgulhosos de você e esperamos que tenhamos te deixado orgulhoso por ficarmos ao seu lado e nunca termos desistido, apesar de tudo que tivemos que enfrentar! Nós nunca tivemos tanto estresse em nossas vidas, mas nós faríamos tudo de novo em um piscar de olhos, porque VOCÊ vale cada dor e cada lágrima! Você é nosso bebê e nós somos seus pais e faremos QUALQUER COISA por você! Nós temos o dinheiro, nós temos nossos passaportes, nós temos o médico que tem a medicação... tudo o que você precisa é da chance. Nós não vamos desistir de você porque você tem uma doença rara, não é sua culpa, você não deveria ter que morrer. Eu sinto muito por isso ter que acontecer com você, eu queria poder tomar o seu lugar!! Nós te amamos! Nós vamos lutar por você até o final e rezaremos para podermos segurar sua mão para sempre 

Obrigada a todos que nos apoiaram. Vocês nos fazem recuperar a fé na humanidade... Nós seremos eternamente gratos, seja qual for o desfecho para Charlie, mas nós estamos rezando para que ele tenha sua chance!"

www.charliesfight.org

Connie e Chris se recusam a desistir de ter esperança. Eles estão determinados a levarem Charlie para os EUA para tentar um novo tratamento experimental que eles creem que possa prolongar sua vida, mesmo que o dano cerebral que ele tenha sofrido seja irreversível. A campanha de arrecadação de fundos já recebeu 1,3 milhões de libras (mais de 5 milhões de reais) em doações. 

O caso está sendo extremamente triste para todos os envolvidos e tem, simultaneamente, causado um intenso debate sobre o direito de morrer vs. questões de direitos dos pais. Qualquer que seja o final dessa história, Connie e Chris podem ter certeza de que fizeram todo o possível pelo filho. Na vida de Charlie, o que faltou de saúde, sobrou de amor.

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